quarta-feira, 6 de maio de 2015

Série global Amorteamo terá trilha sonora feita por goianense

Juliano Holanda em parceria com a cantora Mônica Maria, no 1º Encontro de Compositores de Goiana, realizado em 2014.

Um único disco muda a vida de muitos músicos. No caso de Juliano Holanda, no sentido literal. Um exemplar do seu primeiro álbum, A arte de ser invisível, foi entregue pelo colega Geraldo Maia ao diretor e roteirista João Falcão, em encontro promovido pelo cantor e pianista Zé Manoel, em 2013. “Foi sorte”, define Juliano, que, dali em diante, ganhou espaço em trilhas sonoras da teledramaturgia nacional. Falcão aproveitou as faixas Imãs de geladeira e Farol na série Louco por elas, em 2012. E em dezembro passado, convidou o músico a produzir todas as canções do melodrama sobrenatural Amorteamo, que estreia nesta sexta, na TV Globo.

esenvolvimento do roteiro - que ainda era um esboço quando Juliano Holanda, João Falcão e Flávia Lacerda, diretora da trama, se reuniram pela primeira vez - foram feitas 70 músicas, das quais cerca de 30 estão na série. Três destas já integravam A arte de ser invisível, mas ganharam novas versões, incluindo a música de abertura, Altas madrugadas. As demais foram compostas especialmente para os personagens e situações. Juliano é uma espécie de compulsivo e tem cerca de 400 composições. “Nunca contei, mas é por aí”, ri. Para Amorteamo, Flávia Lacerda explica que, “além da trilha de acompanhamento de climas (BG), ele compôs os temas dos protagonistas e outros que ajudam a contar a história”.

Ambientado no Recife de 1900, o roteiro é escrito por Guel Arraes, Claudio Paiva e Newton Moreno, em torno de dois triângulos amorosos principais, envolvendo mortos-vivos e contatos sobrenaturais. “A trilha sonora tem extrema importância nesse ponto, como em poucas obras. É mais guiada pelo melodrama sobre amor e morte do que pelo tom assombrado”, define João Falcão, que vem finalizando a sonoplastia dos episódios ao lado de Flávia e Juliano. “Fizemos um levantamento histórico da cena musical do Recife daquela época, mas optamos por uma trilha menos documental. Acrescentei elementos caribenhos, boleros, referências estrangeiras, coisas novas”, explica Juliano. “Mas sem perder a identidade regional, pois essa é uma porta aberta a oportunidades futuras para a produção local”, reforça.


A vocação da música pernambucana para ambientar produções vem crescendo desde o início dos anos 2000, e costuma ser uma aposta nos trabalhos de João Falcão - como em O auto da Compadecida (minissérie de 1999 e filme de 2000, com trilha original do SaGrama), e no filme Lisbela e o prisioneiro (2003), com canções de Lirinha, Geraldo Maia e Clarice Falcão. “Há muito tempo Pernambuco deixou de ser só do manguebeat. Surgiu uma diversidade muito interessante. Escrevo um roteiro já pensando no tipo de música ou na faixa específica que quero”, comenta João, que também incluiu composições pernambucanas nas séries Clandestinos (2010) e Louco por elas (2012-2013), ambas da TV Globo.

>> AS MÚSICAS DELES // A música criada para...

Gabriel e Lena:
A música-tema dos personagens de Johnny Massaro e Arianne Botelho foi composta especialmente para a trama. Com a voz da atriz e cantora Laila Garin (do espetáculo Elis, o musical), a composição fala de um casal que nasceu um para outro e não quer se perder. Está dentro do contexto dos personagens. Gabriel é apaixonado por Lena, irmã de leite, mas está com casamento marcado com Malvina (Marina Ruy Barbosa).

Gabriel e Malvina:
A canção faz parte do álbum A arte de ser invisível, disco de estreia de Juliano Holanda. Com voz de Isadora Melo, a música é trilha sonora de Gabriel (Johnny Mascaro) e Malvina (Marina Ruy Barbosa). Ouriço fala de um romance complicado. Malvina é abandonada no altar por ele, que jura amor por Lena, e se joga da ponte. “Que descuido meu pisar nos teus espinhos”, diz trecho da letra.

Arlinda e Chico:

Farol, música tema dos personagens Arlinda (Letícia Sabatella) e Chico (Daniel Oliveira), já existia antes da série, mas ganhou nova versão com voz da própria intérprete, que canta quatro músicas. Chico é amante de Arlinda e é assassinado. A personagem vive solitária e infeliz devido à dor da ausência e enxerga no filho, Gabriel, a principal lembrança do amante.



























                                                                                                                 Fonte: Diario de Pernambuco

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