sexta-feira, 3 de junho de 2016

Moro libera dados sobre Arena



http://www.blogdofelipeandrade.com.br/2016/06/moro-libera-dados-sobre-arena.html
Da promessa de ser o motor do desenvolvimento da Zona da Mata Norte de Pernambuco para prejuízo ao erário público, que rendeu até mesmo rompimento de contrato, a Arena Pernambuco segue rendendo dores de cabeça ao Executivo estadual. O último desdobramento foi a autorização feita pelo juiz Sérgio Moro do compartilhamento de provas obtidas pela Operação Lava Jato nas investigações sobre suspeitas de irregularidades no contrato para a construção do estádio, que foi uma das 12 sedes da Copa do Mundo. A medida atende a solicitação de investigadores pernambucanos, que pediram acesso aos materiais envolvendo o processo.

O contrato sob investigação foi firmado entre o Governo de Pernambuco e a Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S/A - formada pelas empresas Odebrecht Investimentos em Infraestrutura Ltda e Odebrecht Serviços de Engenharia e Construção S/A, em junho de 2010.  A Polícia Federal investiga indícios de superfaturamento de mais de R$ 40 milhões na construção do estádio, que poderia chegar a R$ 70 milhões atualizados. O custo inicial era de R$ 479 milhões. Em agosto do ano passado, a Arena entrou na mira de suspeitas, com a deflagração da Operação Fair Play, que investiga a suspeita de corrupção de agentes públicos para favorecer a Construtora Odebrecht.

Ao todo, foram cumpridos dez mandatos de busca e apreensão, sendo quatro em Pernambuco, dois na Bahia e um em São Paulo , Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. No Estado, a PF fez buscas no escritório da Odebrecht no Recife, no Comitê de Gestão Público Privada do Governo de Pernambuco, na Arena e em uma residência no bairro de Boa Viagem. Entre as irregularidades investigadas estão a suspeita da produção de um projeto básico da obra sem disponibilizar todas as informações, falta de justificativas dos custos adotados, exigências de atestados técnicos exorbitantes e prazo curto para a análise dos concorrentes, o que teria frustrado a concorrência do certame.

Em março, o Governo do Estado anunciou o rompimento do contrato de concessão da Arena antes gerida pela Arena Pernambuco Negócios e Participações, consórcio liderado pela Odebrecht. Inicialmente, ele deveria durar 30 anos. Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas baseou a decisão na frustração de receitas do empreendimento e recomendou a rescisão do contrato. Atualmente, o estádio está sob a administração da Empresa de Turismo de Pernambuco.

O Governo do Estado enviou, ontem, após divulgação da Lava Jato,  uma nota à Imprensa onde garante que o processo de licitação da construção da Arena foi transparente e que “apoia qualquer iniciativa de aferir o zelo com o patrimônio público”. No texto, a gestão ainda diz que está à disposição para repassar informações e prestar esclarecimentos acerca dos empreendimentos tocados pelo Estado. O governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), tiveram um papel estratégico como, respectivamente, vice-presidente e presidente do Comitê Gestor responsável pelo edital de construção da Arena.

Fonte: Folha de Pernambuco

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