quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Coluna Pinga-Fogo: Os bastidores da visita do governador a Goiana

Ontem (7) foi um dia de muita especulação sobre a vinda ou não do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB),  para Goiana. A visita constava na chamada "pré-agenda" do governador. No entanto, durante a manhã e a tarde de ontem assessores do mesmo não confirmavam a sua vinda. Segundo informações de bastidores obtidas pelo Blog do Felipe Andrade, alguns integrantes do PSB entendiam que o momento era muito delicado para uma aparição de Câmara no município. Demandas que dizem respeito ao governo estadual como, por exemplo, a falta de água, as péssimas condições da rodovia PE-75 e a demora para o término das obras no Hospital Belarmino Correia, eram vistas com preocupação devido a uma potencial mobilização popular para cobrar providências em relação a cada uma delas.

As especulações só terminaram no início da noite de ontem, quando os conselhos oriundos de Goiana foram ignorados e a vinda do governador foi decidida "lá por cima" mesmo. Então, o que todos puderam acompanhar na manhã de hoje (8), foi que Paulo Câmara esteve no município vistoriando as obras da UPA Especialidades e do Hospital Belarmino Correia. Mas, a vinda do governador teve mais significados e desdobramentos do que os retratados pelas reportagens da grande mídia que aqui esteve cobrindo a visita. 

Mudanças à vista? - O que pouca gente sabe é que os aliados goianenses do PSB na última eleição, entre eles vários vereadores, se reuniram na última quarta-feira. Dos assuntos debatidos, estavam na pauta da reunião as mudanças ou permanências dos trabalhos desempenhados em órgãos estaduais como, por exemplo, a gerência regional da Compesa e do Detran de Goiana. 

Uma vez "chaveirinho", sempre "chaveirinho" - Quem esteve o tempo todo ao lado do governador foi o vice-prefeito de Goiana, Carlos de Joca (PSB). Mais uma vez o "baixinho" como é popularmente conhecido, parece sair na frente na divisão de poder que se desenha entre as lideranças goianenses que apoiaram o PSB.

Generoso - Segundo informações de bastidores, o ex-prefeito Edval Soares (PSB) teria pleiteado a tese de que os vereadores que apoiaram Paulo Câmara deveriam ter prioridade nessa divisão de poder. O gesto de generosidade de Edval foi prontamente rejeitado pela maioria dos participantes da reunião.

"Se chegando" -  Mesmo distante politicamente do PSB, o governo municipal se fez presente na visita de Paulo Câmara. O prefeito Fred Gadelha (PTB) não pôde estar presente porque viajou para Brasília, mas foi representado por três secretários municipais. Foram eles, o secretário de Saúde, Bruno Lisboa, o secretário de Articulação Política, Leandro Menezes, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Carlos Botelho. Todos eles destacaram a necessidade de desarmar os palanques e falaram em união.

Compesa e PE-75 ficaram para depois - Paulo Câmara trouxe boas notícias para a saúde, é verdade. Assinou ordens de serviço e deu um prazo de 60 dias para a conclusão das obras no Hospital Belarmino Correia. No entanto, quando perguntado sobre a Compesa e a rodovia PE-75 as respostas já não foram tão objetivas. A solução definitiva para o problema da falta de água requer um grande investimento ainda sem previsão de execução. Já a necessidade de reparos na PE-75 foi constatada pelo próprio governador, que afirmou ter passado pelos muitos buracos da rodovia. Ainda assim, não foi definido um prazo para que se iniciem os reparos. 

Saldo positivo - Mesmo sem ter respostas concretas para dois problemas que dizem respeito ao governo estadual (Compesa e PE-75), a visita de Paulo Câmara esbanjou prestígio, mesmo entre aqueles que estiveram no palanque de oposição há poucos meses. Ficou muito claro que grande parte da classe política queria estar próxima do novo governador, que já começa seu mandato cumprindo uma promessa feita aos goianenses na rádio Nova FM, durante o período eleitoral. Trata-se da finalização das obras do Hospital Belarmino Correia, que é uma importante reivindicação da população. Caso se conclua a referida obra no prazo de 60 dias, como foi divulgado, podemos afirmar que o primeiro passo de Paulo Câmara, em Goiana, foi com o pé direito.

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